Três monólogos entrelaçados que narram a acção no presente. Num deles, uma ex-professora, agora a trabalhar numa linha SOS, tenta resgatar uma antiga aluna forçada à prostituição por um gang urbano, no qual avulta a figura de uma semi-fantástica proxeneta negra. O monólogo encerra com um parto literalmente provocado por um acidente automóvel. A narração alterna com a representação das motivações da protagonista, ocasionadas pela memória da sua relação com a própria filha.
Num outro, uma jovem solitária e suburbana encontra a morte após uma noite de copos com os amigos, que acaba numa desolada aventura amorosa no cimo de uma grua. Caindo da grua, a sua queda é amparada por uma criatura fantástica e o instante da sua morte suspenso. Trata-se de uma alma vendida ao diabo e em fuga do inferno. Breve história de amor que, no entanto, não pode vencer a morte certa.
No terceiro desses monólogos, acompanhamos o corpo procurado por essa alma (o seu proprietário). Trata-se de um Landrú de província, um assassino em série que procura as suas vítimas em bailes de solteiros. Firmou há tempos um pacto com o diabo; cedeu-lhe a alma em troca de uma bela voz e da possibilidade de ultrapassar a timidez que o tolhe no contacto com as mulheres. Também lhe assiste um final violento, um terminus, no seu duplo sentido: de extinção e de acabamento.

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    Assédio Teatro